Macaúba: Potencial para Biodiesel
A macaúba é uma palmeira encontrada na América Central e na América do Sul. No Brasil, pode ser cultivada em praticamente todas as regiões e pode alcançar até 20 metros de altura. É conhecida por sua adaptação a condições de baixa umidade e solos com baixa fertilidade.
Essa oleaginosa se destaca por sua rusticidade e produtividade, tornando-se uma promissora fonte de óleo vegetal para as indústrias de combustíveis, cosméticos e alimentos, além de gerar subprodutos a partir de seu fruto.
Na parte externa da macaúba, encontramos o epicarpo, conhecido como casca, que possui coloração verde nas fases iniciais e amarela quando maduro. O mesocarpo é fibroso e comestível, apresentando um sabor adocicado. O endocarpo é uma parede óssea dura que envolve a semente do fruto, enquanto o endosperma que é o tecido nutritivo da semente, comestível e muito rico em óleo.
A macaúba apresenta dois tipos de óleo, cada um com qualidades e propriedades distintas. O óleo da polpa pode ter uma concentração de até 70% e possui uma coloração alaranjada devido ao mesocarpo ( polpa ). A partir desse óleo de polpa da macaúba, produz-se biodiesel, já que o ácido oleico aumenta a estabilidade em baixas temperaturas, o que evita problemas de congelamento e oxidação no sistema de injeção do motor. O óleo de amêndoa, por sua vez, pode chegar a uma concentração de até 50% e tem uma coloração amarelo claro, derivada do endosperma (amêndoa).
Essas características fazem da macaúba uma matéria-prima promissora para a produção de biodiesel, devido ao seu alto teor de óleo e à baixa competição com o mercado alimentício. A macaúba possui uma dormência profunda, resultando em uma taxa de germinação natural muito baixa, cerca de 3%. No entanto, pesquisas realizadas pela Universidade Federal de Viçosa mostraram um aumento significativo nessa porcentagem.
Além disso, a macaúba continua a se desenvolver mesmo após a colheita, devido aos hormônios responsáveis pela maturação dos frutos, e intervenções controladas, conforme indicado por pesquisas da UFV, podem influenciar esse processo. Apesar do grande potencial produtivo da macaúba e da atividade extrativista consolidada, ela ainda não é explorada de forma racional devido à escassez de informações disponíveis sobre seu cultivo.