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Como a implementação de biodigestores pode mudar a realidade econômica de uma propriedade rural.

Uma fazenda, apesar de ter uma margem boa de lucro dependendo do tamanho e do impacto desta, também tem seus gastos. Um dos principais gastos está relacionado com o consumo de energia elétrica, que será o assunto principal abordado hoje.

Supomos que um fazendeiro possua uma criação de gado ou suíno e decida contratar um especialista para analisar a propriedade e buscar soluções para reduzir seu custo operacional de produção. Antes de tudo, o especialista vai pensar primeiro em como cortar gastos, ou seja, implantar mudanças que irão manter a eficácia da produção, porém sendo mais eficiente.

Levando em conta a realidade da maioria das propriedades rurais, é notório que a reutilização de dejetos provenientes principalmente de gado e suínos não são reaproveitados de forma eficiente. Nesse caso, a utilização de um biodigestor é a maneira mais indicada para o tratamento desses dejetos, tanto em âmbito ambiental quanto econômico, principalmente pela redução de gases do efeito estufa (dióxido de carbono e metano), produção de energia elétrica a partir do biogás, e a geração de biofertilizantes derivados dos resíduos da produção do biogás.

A maneira mais utilizada para geração de biogás é através de biodigestores, que são compartimentos fechados que trabalham de maneira anaeróbia, ou seja, na ausência de oxigênio e na presença de bactérias especializadas nesse meio. Eles são alimentados através de matéria orgânica, como dejetos de animais e restos de alimento. Após um determinado tempo, que é chamado de retenção hidráulica, a decomposição da matéria orgânica, feita pelas bactérias, terá como produto final o biogás e como subproduto o biofertilizante.

O biogás geralmente contém impurezas como água, enxofre e compostos de silício. Dado isso, é necessário realizar a sua purificação  antes de ser utilizado em motores ou turbinas para a geração de energia elétrica, que é feito através da filtragem e remoção de impurezas. Após isso, o biogás é então queimado em motores de combustão interna ou em turbinas a gás para gerar eletricidade. Logo após, a energia mecânica que foi gerada é então convertida em energia elétrica através de um alternador.

A quantidade de energia elétrica gerada vai variar em função da quantidade de metros cúbicos de biogás que é produzido e isso pode ser relativo a depender de alguns fatores como a qualidade de implantação e operação do biodigestor, as fontes de matéria orgânica utilizadas, bem como a qualidade dos geradores instalados na propriedade.

Contudo, hoje no Brasil já existem fazendas que utilizam essa tecnologia e conseguem entregar resultados muito satisfatórios como é o caso da Granja Columbari, localizada em São Miguel do Iguaçu-PR. A granja é capaz de produzir diariamente 360 kW de energia elétrica, sendo 60% consumidos na propriedade e os 40% restantes vendidos para a Companhia Paranaense de Energia (COPEL).

Portanto, assim como a granja Comlumbari, existem várias unidades de geração de biogás com diversas escalas, utilizando dejetos de suínos e bovinos de leite produzindo energia para seu próprio consumo e assim tornando a atividade mais sustentável e ainda mais viável economicamente.

Referências:

KUHN, Werner. Técnica de processamento: tratamento. In: KUHN, Werner. Guia Prático de Biogás. Brasília: Giz, 2020. p. 16-226: Como a implementação de biodigestores pode mudar a realidade econômica de uma propriedade rural. KARLSSON, Tommy. Substratos. In: KARLSSON, Tommy. Manual Básico de Biogás. Lajeado: Univates, 2014. p. 7-63: Como a implementação de biodigestores pode mudar a realidade econômica de uma propriedade rural.

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